A festa dos foliões

Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor. Leia Salmos 122
Salmo 122, closedaybyday
Texto do rev. Jonas Rezende.
Não seria incorreto valorizar sobremaneira a casa dão Senhor? Isto é, localizar em templos e tabernáculos os lugares privilegiados para o cultivo do nosso encontro com Deus? Ao meditarmos sobre a mensagem de outros salmos, aprendemos que Deus não se aprisiona em nenhuma casa, nem mesmo no Universo. Jesus nos ensina que Deus é espírito e requer de nós um culto espiritual.


Jacó usa uma pedra como travesseiro, em momento de fuga, e chama o lugar de Betel, que significa casa de Deus. Porque o Senhor, que a tudo transcende, é também o Deus que está conosco, em nós, como a palavra Emanuel, um dos nomes atribuídos a Cristo, nos faz saber.

Nada impede que nos alegremos porque vamos a Jerusalém, Roma, Santiago de Compostela. Que cantemos de júbilo por estarmos na casa do Senhor, como chamamos os nossos templos. Os filhos de Coré chegaram a dizer, em outro salmo, que até o pardal encontrou casa, a andorinha, ninho para si, onde acolha seus filhotes, no templo de Deus.

Harvey Cox, notável teólogo e antropólogo norte americano, escreveu no seu livro A cidade do homem sobre a necessidade de viver, no dia a dia do mundo, a realidade da nossa fé. Mas é o mesmo Harvey Cox quem registra em outra de suas obras, A festa dos foliões, a legitimidade dos atos litúrgicos vibrantes como as celebrações do salmo 100 nos convida a viver: sirvam o Senhor com alegria e apresentem-se diante dele com cânticos. Não é a festa que acontece nas liturgias dos negros americanos? Até os seus ofícios fúnebres não abrem mão da música e de todas as expressões legítimas da nossa mais profunda esperança.

Antes de Harvey Cox, o pastor luterano Dietrich Bonhoeffer já desenvolvia ideias semelhantes. Por um lado, ele conhecia o preço do discipulado. O pastor sacrificado no regime arbitrário de Adolf Hitler disse uma vez: quando Cristo chama um homem, ordena que vá e que morra. Mas Bonhoeffer entende também o valor do cultivo espiritual, através de uma vida comunitária de comunhão com Deus e com o próximo.

Existem ordens religiosas que dividem seus membros em dois grupos: os oblatas, que realizam trabalhos em sociedade. E os contemplativos, que usam todo o seu tempo na vida de oração. Julgo apenas que essas dimensões da nossa fé podem ser vividas ao mesmo tempo. Você concorda?

Na primeira igreja que pastoreei, em Ribeirão Preto, inscrevemos no templo a nossa visão de culto e serviço: entrem para adorar e saiam para servir. Assim aconteceu na vida do jovem profeta Isaías. Busca a casa de Deus e do encontro fica a pergunta do Senhor: a quem enviarei? O profeta responde com absoluto desprendimento e coragem para enfrentar todos os riscos: eis-me aqui, envia-me.

Reflita sobre essas ideias.
E descubra o seu caminho devocional.
O salmo de Davi vai ajudá-lo a ver na vida de oração o
motor do nosso testemunho, nessa terra dos homens.
Aprenda a cantar também como o salmista:
alegrei-me quando me disseram:
-Vamos à casa do Senhor.

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