O que é LÍNGUA?

Construção de Babel, Cleve-Van
Pela língua o homem se comunica com o seu semelhante e exprime a Deus os sentimentos do seu coração. Estar privado do uso da língua pode representar um duro castigo divino: Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhas palavras, as quais, a seu tempo, se
cumprirão. (Lc 1.20) Porém, devolver a língua aos mudos é uma messiânica, pois lhes possibilita cantar louvores a Deus: Imediatamente, a boca se lhe abriu, e, desimpedida a língua, falava louvando a Deus. (Lc 1.64)

Para a sabedoria judaica a morte e a vida estão à mercê da língua: A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza como do seu fruto. (Pv 18.21) O apóstolo Tiago fez sérias advertências sobre a diversidade de funções da língua: Por ela bendizemos o Senhor e Pai, e por ela amaldiçoamos os homens feitos à imagem de Deus. Mais conclusões sobre o mal uso da língua podem ser encontradas nos salmos, onde é perversa, mentirosa, fraudulenta e que só profere maledicências e calúnias: A boca, ele e tem cheia de maldição, enganos e opressão; debaixo da língua, insulto e iniquidade. (Sl 10.7) Algumas figurações bem duras lhe foram acrescentadas: A tua língua urde planos de destruição; é qual navalha afiada, ó praticadora de enganos. (Sl. 52.2) Fecha mortífera é a língua deles; falam de engano; com a boca fala cada um de paz ao seu companheiro, mas no seu interior lhe arma ciladas. (Jr 9.8)

No entanto, a Bíblia reconhece a dificuldade de se controlar esse órgão tão pequeno. Ela mesma lança sobre o resto de Israel a esperança de um tempo de paz e harmonia entre os homens, no qual não existirá o mau uso da língua: Os restantes de Israel não cometerão iniquidade, não proferirão mentiras, e nem na sua boca se achará a língua enganosa, porque serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante. (Sf 3.13) Esta esperança não é vã, pois a Bíblia a descreve como sendo a língua do justo, daquele que fala em nome de Deus, celebra a sua justiça, proclama o seu louvor e confessa o seu poder universal: E a minha língua celebrará a tua justiça e o teu louvor todo o dia. (Sl 35.28) Mas para isso, as suas obras devem corresponder às suas palavras: Não amemos de palavra nem de língua, e sim em atos , verdadeiramente. (I Jo 3.18)

A Bíblia fala também da diversidade de línguas que há no mundo, e por esta expressão quer designar a diversidades de culturas existentes. Neste aspecto a língua também é ambígua, pois se de um lado exprime a riqueza intelectual do gênero humano, do outro é a razão principal da incompreensão entre os povos. Gênesis 11 fala que o mistério da confusão das línguas veio através da construção da torre de Babel, que através da abordagem religiosa que faz, denuncia a soberba humana que insiste em deixar Deus de fora dos seus empreendimentos.

A resposta de Deus à confusão causada por Babel é o Pentecostes, onde o Espírito de Deus supera a barreira causada pela diversidade de línguas, culturas e religiões: Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos de todas as nações debaixo dos céus. (At 2.5) O derramamento do Espírito Santo, conforme foi predito pelo profeta Joel, foi o bastante para que o evangelho fosse ouvido e entendido nas línguas de todas as nações.

Finalmente temos o carisma do falar em línguas, que foi sabiamente regulamentado pelos apóstolos. Paulo privilegia o uso da linguagem compreensível em detrimento da incompreensível, simplesmente porque a primeira é útil a todos, enquanto que a segunda, não beneficia nem a própria pessoa: Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. (ICo 14.14) As manifestações do Pentecostes mostram que a igreja na nasce universal. Ela é o lugar de adoração e oração para todos os povos como um prenúncio do dia em que: Toda língua confessará que Jesus é Senhor, para glória de Deus Pai.

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