Perigos que nos leva a embriaguez? III

Os cânticos de Salomão, He Qi em 1999
A embriaguez e o Espírito
Embora em certas línguas e em certos costumes o espírito do álcool se confunda com manifestações extáticas, a Bíblia deixa esta distinção bastante clara. Quando as pessoas mostraram reações sob a ação do Espírito de Deus pelo primeiro sermão de Pedro, em Jerusalém, os menos informados julgaram ser resultado de embriaguez. Mas não pensaram isso simplesmente por acaso, mas sim porque era comum se ver nas religiões pagãs esse tipo de manifestação. Já não podemos dizer o mesmo daqueles que recriminaram Jesus na sua entrada nesta cidade, na ocasião da Páscoa. Os intransigentes ouviram de Jesus muito mais do que uma simples explicação, mas a advertência de que se eles se calassem as próprias pedras clamariam.

Na verdade, a embriaguez impede a livre ação do Espírito de Deus e é um obstáculo intransponível para a entrada no Reino. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. (I Co 5.11) Paulo fazia estas denúncias devido a grande confusão que aquela igreja fazia entre a ceia do Senhor e as orgias e bebedices doa banquetes. Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis. Porque, ao comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo que há também quem se embriague. (I Co 11.20s)

O dia de Pentecostes celebra esta divisão: Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. (At 2.15ss) O que este êxtase provoca não é zombaria e nem desgraça, mas anuncia a visita e permanência do Espírito Santo de Deus. É essa linha de raciocínio que Paulo expõe à Igreja de Éfeso: E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito. (Ef 5.18) O cristão deve fugir da embriaguez para buscar a plenitude do Espírito, pois se engana o homem que busca na embriaguez desvencilhar-se daquilo que o atormenta.

A alegria que a ação do Espírito provoca não pode ser nunca comparada à da bebida, e talvez a única comparação cabível seja a do Cântico dos Cânticos, que a compara ao amor: Já entrei no meu jardim, minha irmã, noiva minha; colhi a minha mirra com a especiaria, comi o meu favo com o mel, bebi o meu vinho com o leite. Comei e bebei, amigos; bebei fartamente, ó amados. (Ct 5.1) Vivamos ma certeza de que somente o Espírito de Deus pode nos proporcionar a alegria plena e verdadeira.

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