O poder do Facebook I

Irmãos, eu enfrento a morte todos os dias. Se afirmo isso, é pelo orgulho que tenho de vocês, pois estamos todos unidos com Cristo Jesus, o nosso Senhor. Aqui em Éfeso eu lutei contra inimigos como se lutasse contra animais selvagens. E, se fiz isso somente por interesses humanos, o que foi que eu consegui com isso? Se é verdade que os mortos não são ressuscitados, façamos o que diz o ditado: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos.” Não se enganem: “As más companhias estragam os bons costumes.” I Coríntios 15.31ss
São Irineu de Lion (130-202)
Que ferramenta poderosa tem se mostrado esse tal de Facebook. Podemos afirmar com confortável certeza que é, em nosso tempo, a página mais lida diariamente em todo mundo. Nele são confiados as mais íntimas esperanças, como também os mais ocultos propósitos do usuário. Declarações de amor que nunca chegarão ao seu destino, assim como ameaças que nunca se cumprirão também podem ser ali encontradas.

Deveríamos ter mais cuidado com o que postamos, pois as revelações ali contidas correm o mundo numa velocidade que por pouco não se equipara à velocidade da luz, e as suas imagens tem o poder de convencer mais do que excelentes e bem colocados argumentos, e às vezes até mais que certos fatos. Pessoas acreditam no que está contido ali, tão somente porque foi aprovado pela maioria e repetido sucessivamente por muitos antes dele. E é neste último tópico que eu gostaria de basear a meditação de hoje.

Recentemente tem circulado através do Facebook um vídeo de uma criança japonesa que, segundo seu gesto, entendi ter apenas cinco anos, e que tem assombrado a todos pelas suas fantásticas habilidades ao piano. Essa, contudo, não é primeira vez que vejo uma criança com atributo semelhante, como também não é a primeira vez que a minha fé nos elementos básicos da doutrina cristã é confrontada com esses verdadeiros milagres da capacidade humana. No entender de muitas dessas pessoas isso vem justificar, sem qualquer possibilidade de contestação, a crença na doutrina da reencarnação. Normalmente as pessoas que tentam fazer isso comigo se utilizam da mesma pergunta sempre: Não crês na reencarnação? Então explique este fenômeno.

Quero dizer de antemão para essas pessoas que me enviaram isso que não estou aqui para explicar nada, muito menos doutrinas de outros credos, dos quais tenho parcos conhecimentos. Ou seja, se você crê na doutrina da reencarnação não vai encontrar em mim um inimigo perigoso. Tenho profundo respeito por você que assim pensa, e considero essa doutrina de uma preciosidade tão fundamentalmente elaborada que os seus argumentos não se provam simplesmente desta maneira. Se fossem apenas sobre manifestações deste tipo que os pilares da doutrina da reencarnação se fundamentassem, ela já teria sucumbido há tempos, pois se o menino em questão demonstra habilidades herdadas dos grandes mestres que o precederam, de quem os grandes gênios que foram primordiais nas suas habilidades teriam herdado as suas?

A humanidade tem revelado gênios que se mostraram impressionantemente únicos. Antes deles não houve, e, muito provavelmente, depois deles não haverá. São vidas tão singulares que não encontraram respaldo em absolutamente ninguém que viveu neste mundo, ou em alguém que pôde se dizer humano. O menino Mozart, por exemplo, aos oito anos não apenas tocava como os grandes mestres de então, mas foi nesta idade que simplesmente compôs a sua primeira sinfonia. Não somente isso, também nessa idade ele fazia desdobramentos musicais nos seus acordes, não sei se o termo é bem esse, que um virtuoso pianista precisaria de vinte ou trinta anos de aplicados estudos para conseguir. Não temos um nome para isso, pois isso é somente inexplicável, seja por esta ou por aquela doutrina.

Nada tenho contra quem manifesta a sua fé nas postagens do Facebook. Porém, o que realmente me espantou foi ter recebido esta mesma mensagem através do compartilhamento de irmãos da igreja, cuja fidelidade tem se comprovado. Mais estarrecedor ainda foi tê-la recebido através do Facebook de um pastor de uma conhecida igreja. Nós, os membros das igrejas cristãs, cremos na ressurreição, e isso é definitivo. Se Deus me permitir, na próxima postagem apresentarei alguns argumentos que identificam as diferenças entre essas duas doutrinas, e porque cremos unicamente na ressurreição.

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