Quando a Tristeza Chega (final)


3. Lembre-se que Deus está fazendo com as tristezas dele exatamente o que pede que você faça com as suas.  Deus, sendo amor, tem que suportar o peso do amor. É da natureza do amor compartilhar os sofrimentos de tristezas das pessoas queridas.
O amor toma para si o fardo da pessoa amada. Dessa forma, Deus sofre com os nossos sofrimentos, padece com nossas mágoas e nossos pecados o ferem. E o que faz com suas tristezas? Deus as usa! Transforma-as em redenção. A cruz nos ensina essa verdade. Posso adorar, amar e seguir a Deus, cujas mãos foram pregadas na cruz. Não me pede que eu faça o que Ele não fez. Ele me mostra como transformar o pior no melhor, e como usar a própria calamidade. Se Ele redime o mundo por meio da cruz, assim também posso transformar as minhas tristezas em redenção - para mim e para os outros.

4. “Tome o que você tem e faça algo mais”.
 Esse pensamento é a síntese da filosofia de vida do Dr. George Washington Carver, santo, cientista e educador, que tomou a escravidão, a pobreza e a desilusão, e as transformou em uma das maiores contribuições para a vida americana. Não lamente aquilo que você não tem; tome o que você tem e faça alguma coisa a mais. José tomou a iniquidade que lhe fora feita e a transformou em alimento para o Egito e para os próprios irmãos que o venderam como escravo (Gênesis 43). Poderia ter-se consumido na tristeza da escravidão, remoendo seu ressentimento. Mas ele transformou o mal em um glorioso bem. Conheço uma jovem que, tendo ficado com o rosto desfigurado, transformou-se em uma das mais belas vidas que conheço. Decidiu viver “a despeito de”! É uma das pessoas mais capazes que trabalham junto à mocidade americana.

Há uma famosa estátua no México, esculpida por Jesus Garcia, com o título “A despeito de”. A obra ainda estava na metade, quando o escultor perdeu a mão direita. Determinou-se a terminá-la. Aprendeu a trabalhar com a mão esquerda, e a terminou - melhor talvez do que teria feito com a mão direita, porque um atributo essencial da vida transferira-se para a estátua. Por isso a chamaram e estátua “A despeito de”. Quando não se pode viver “De acordo com”, sempre é possível viver “A despeito de”.

Quando começou a Segunda Guerra Mundial, algumas pessoas me perguntaram: “Como pode o senhor ainda ser feliz? O senhor que se empenhou ao máximo em evitar a guerra e viu seus esforços frustrados”! Minha resposta foi: “Se não me é possível ser feliz ‘de acordo com’, sempre serei feliz ‘a despeito de’. Essa possibilidade sempre está aberta”.

 “Tome o que você tem e faça alguma coisa a mais”. Se o que você tem é tristeza, oferece-a a Deus e faça dela um cântico. Se forem contrariedades, faça então o que a ostra faz quando um grão de areia penetra em sua concha e a machuca: ela o torna o centro de uma pérola. Dê às aflições que o atormentam as cores alegres do arco-íris.

5. Se você proceder dessa forma, então aprenda a contar com os recursos de Deus. Aprenda a orar.
Talvez você esteja incapacitado pela tristeza de prosseguir sozinho. Está certo. Mas você não está sozinho: Você e Deus, juntos, poderão realizar a obra. Vá a um lugar à parte e, na serenidade do lugar, retire as barreiras, livre-se da ansiedade e deixe que o refrigério de Deus percorra todas as fibras de sua alma ferida. Ele o invade - Ele o ampara - Ele o reergue - Ele lhe dá asas. Ele o transforma em uma criatura vitoriosa. “Contanto que”- esse é o ponto - contanto que você entregue a tristeza e a desilusão em Suas mãos que tudo curam. Não a guarde. Se você a conservar dentro de si, a tristeza contaminará todo o seu ser. Deixe-a com Ele - para sempre!

Seu sofrimento agora é “uma dor que foi entregue a Deus para orientá-la”. Um padecimento com a orientação de Deus. Uma dor orientada por Deus já não é mais uma mera dor. É uma dor como a do nascimento de uma criança - ela traz consigo algo maior. É uma dor benéfica. Seu sofrimento se transforma em um hino triunfal. 

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